Art. 53 da CF jogado no lixo por 364 votos

Adilson Veiga
4 min readFeb 20, 2021

Ontem, 19/02/2021, a câmara dos deputados votou pela legalidade da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ)!

O deputado foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes no inquérito ilegal aberto no STF, devido ao vídeo gravado por ele e postado em suas redes sociais, onde ataca membros do supremo com palavras de baixo calão — Segue a transcrição do vídeo.

A prisão, uma sucessão de erros jurídicos, requentado com um ativismo autoritário digno de ditaduras.

Clara violação do Art 53 da CF (Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.);

Lei de Segurança Nacional, mais especificadamente, em seus artigos: 17, 19, 22,23 e 26:

Mandado de prisão, para prisão em flagrante delito (se existe flagrante, não precisa de mandado, se precisa de mandado, não existe flagrante), decisão classificada como flagrente perpétuo por Augusto Nunes;

E o pior, flagrante por vídeo, ou seja, na concepção do ministro, enquanto o vídeo estiver sendo assistido, caracteriza flagrante do crime.

“Relembre-se que, considera-se em flagrante delito aquele que está cometendo a ação penal, ou ainda acabou de cometê-la. Na presente hipótese, verifica-se que o parlamentar DANIEL SILVEIRA, ao postar e permitir a divulgação do referido vídeo, que repiso, permanece disponível nas redes sociais, encontra-se em infração permanente e consequentemente em flagrante delito, o que permite a consumação de sua prisão em flagrante” Alexandre de Moraes — (Grifei)

A votação da câmara, que terminou com a admissibilidade da prisão do deputado com o placar de 364 a 130, foi outro show de horrores: a esquerda (como sempre) ao invés de se ater ao assunto da votação, se preocupou em destilar cinismo, soberba e vingança.

Teve até o “tradicional Marielle vive”, como neste vídeo de Marcelo Freixo!

E aqui fica uma lição para a direita, principalmente a que se denomina inteligentinha!

Além, da esquerda não ter um pingo de vergonha, são incoerentes, como se pode ver no artigo do amigo Angelo Lorenzo, pois acabaram de abrir um precedente contra eles mesmos, podendo agora serem presos por dar opinião — destruindo exatamente o que diz o Art. 53 da CF.

Vi muitos festejando nas redes sociais, pela votação ser aberta, mas o fato é que, se a votação fosse secreta, dificilmente veríamos deputados votando contra eles mesmos ou não veríamos o show de horrores tal como foi.

Você acredita, se o voto fosse secreto, veríamos o PT e PCdoB defendendo a Lei de Segurança Nacional quando eles mesmos pedem sua revogação? Ou veríamos Freixo defendendo que não se pode atacar outros poderes da república, quando ele mesmo pede a morte do presidente?

Aqui, deixo duas mensagens para a direita:

Primeira:

Vi nas redes sociais muitas pessoas dizendo que nunca mudaríamos essa situação devido às fraudes eleitorais.

Não vou dizer, que não exista fraudes, já debatemos por demais esse assunto!

Sabemos que as urnas não são auditáveis e sabemos que não podemos confiar no sistema eleitoral. Mas, seja sincero, você acredita piamente que fraudaram urnas para elegerem gente do naipe de Maria do Rosário, Paulo Paim, Táliria Petrone, ou Humberto Costa?

Fraude nas eleições é uma narrativa para que você não fique com a consciência pesada quando vai à praia, ao invés de ir votar!

“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.” (Platão)

Segunda:

Enquanto você vai à praia, e deixa de votar, a militância vota!

Você tem alguma dúvida sobre isso?

Marcelo Freixo PSOL, professor de história, sem relevância nenhuma, duas vezes vereador (mal votado), perdeu a eleição para prefeito do Rio de Janeiro para Crivella (evangélicos, são mais numerosos que os doutrinados) e só foi o segundo mais votado como para deputado federal por usar (e fazer sensacionalismo) com o nome de Marielle Franco;

Táliria Petrone PSOL, professora de história, sem relevância nenhuma, vereadora em Niterói — RJ;

Tarcísio Mota PSOL, professor do colégio Dom Pedro II, sem relevância nenhuma. Vereador da cidade do Rio de Janeiro, duas vezes derrotado para governador do estado, acusado e criticado por de doutrinação.

Está mais que na hora de entrarmos nesta guerra! O brasileiro precisa, urgentemente, fazer um exame de consciência. Afinal, fomos nós, povo brasileiro, que elegemos os deputados que fizeram a presepada de ontem!

Não é possível reclamar de sua situação diariamente e continuar a não ir votar!

Reclamem, mas por errar e tentar consertar — e não por errar, e insistir no erro!

Adilson Veiga

Twitter https://twitter.com/Ajveiga2

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